Classe Hospitalar mantém rotina de aulas com pacientes internados em Boa Vista
04/11/2025
(Foto: Reprodução) Projeto combate a evasão escolar e ameniza as perdas provocadas pela internação.
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Mesmo durante o tratamento médico, o aprendizado das crianças em Boa Vista é contínuo. No Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA), o aprendizado se transforma em parte da recuperação por meio do projeto Classe Hospitalar, que desde 2008 combate a evasão escolar e ameniza as perdas provocadas pela internação em Boa Vista.
O ambiente dispõe de mesas, cadeiras, material didático e brinquedos pedagógicos que são utilizados conforme a idade e o nível de aprendizado de cada criança. Atualmente, o projeto é conduzido por três pedagogas, entre elas, Elizene da Luz e Rizoneide Alencar, que atuam na unidade há 16 e 17 anos, respectivamente.
A pedagoga Elizene da Luz atua na Classe Hospitalar há 16 anos
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“Para mim, além da questão educacional, a grande importância da Classe Hospitalar é o bem-estar das crianças. Quando estamos aqui, eu estou aqui dizendo para elas que elas vão ficar boas e que vão voltar para a escola. Isso faz diferença em como elas se sentem”, explicou Elizene.
Apesar de ter sido elaborado a nível municipal, o projeto também é voltado aos alunos da rede estadual e particular. “A gente já chegou a atender uma criança que veio do Amazonas para fazer cirurgia aqui no HCSA. No retorno para casa, ele levou um relatório para a escola, informando o que tínhamos trabalhado na Classe”, contou a pedagoga.
Diversão com foco no aprendizado
Izabela Sophia, de 12 anos, acompanhada da avó, Altecina Oliveira.
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Durante a internação, os pacientes continuam aprendendo e mantendo o vínculo com a escola, unindo educação e cuidado em um mesmo espaço. Izabela Sophia, de 12 anos, é aluna da rede estadual e foi atendida pelo projeto nos últimos dias. “Eu gostei muito, porque eu fiz minhas atividades, estudei e depois pude brincar com alguns jogos. Também gostei bastante das ‘tias’”, disse.
Para quem atua diretamente na Classe Hospitalar, o sentimento que fica é de gratidão, conforme Rizoneide Alencar. “Nós convivemos diariamente com essas crianças e, querendo ou não, a gente cria um vínculo. Já fui até chamada pela Izabella para um churrasco na casa dela. Eu sou muito grata. As mães relatam que as crianças acordam muito cedo, só esperando a gente. É gratificante mesmo”, falou a pedagoga.
Ethan, de 6 anos, com a professora Rizoneide Alencar durante atividade pedagógica.
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Quem também aprovou o projeto foi Daniela Geizzelez, mãe do Ethan, de 6 anos, aluno da Escola Municipal Branca de Neve, no Pintolândia. “Ele tem pedido para voltar. Vejo que a Classe é um escape do que ele está vivendo. E eu achei o projeto sensacional, é um cuidado diferente. Eu não conhecia um projeto como esse. Ele se diverte e aprende ao mesmo tempo”, destacou.