O que é a catira? Grupo extrapola tradição familiar e mantém viva dança da raiz sertaneja do Brasil marcada por palmas e sapateado

  • 13/06/2025
(Foto: Reprodução)
Apresentação ocorre neste sábado (14), no Jardim das Rosas, em Presidente Prudente (SP). Grupo de catira Os Primos do Ribeirão Bonito ressalta folclore do interior paulista Em pares, a catira, ou o cateretê, como também é conhecida a dança, é marcada pela forte presença do ritmo do sapateado e das palmas que embalam modas sertanejas e ressaltam o folclore no interior paulista. Há duas décadas, nascido através de uma tradição familiar em um bairro rural, em Iepê (SP), o grupo Os Primos do Ribeirão Bonito se apresenta, neste sábado (14), juntamente com a dupla Chapéu de Paia & Araminho, na Feira de Pequenos Produtores, no Quintal do Sesc Thermas, no Jardim das Rosas, em Presidente Prudente (SP). A entrada é grátis. 📱 Participe do Canal do g1 Presidente Prudente e Região no WhatsApp De acordo com um dos musicistas do grupo, Lúcio Braga de Oliveira Monteiro, conhecido também como Lúcio Viola, Os Primos do Ribeirão Bonito se consolidou como um coletivo de catira há 20 anos, entretanto, devido à tradição familiar, a dança é praticada há mais de cinco décadas. O grupo de catireiros está em sua terceira geração. “É uma tradição familiar, as famílias do bairro do Ribeirão Bonito, normalmente formadas por dois, três irmãos que moravam perto, um primo que morava em outro bairro, se reuniam e dançavam a catira”, explicou ao g1. “Quando tinha uma festa, uma reza ou um terço, que reunia toda a família, tinha um lanche, uma festinha. E, depois da festa, se alguém quisesse, alguém falava: ‘Pega a viola, vamos dançar uma catira’... E fazia assim, meio que improvisado, não tinha um ensaio. O nosso grupo, no caso, é um grupo tradicional, não fazemos só catira, mas também Reza de São Gonçalo e Folia de Reis. Acabamos nos encontrando em eventos assim e dançamos. Sempre improvisado”, completou. O violeiro também explicou que a catira é acompanhada de viola e dois tipos de dança: o cateretê e o recortado. Grupo de catira se apresenta sobre o tablado Os Primos do Ribeirão Bonito “É sempre em pares. Originalmente, era formado só por homens, depois, começaram a dançar mulheres e depois misturou. Hoje, a nossa catira tem homem e tem mulher, não tem mais essa separação. Ela é feita batendo o pé no chão e batendo as palmas acompanhando o ritmo do instrumento. A coreografia varia de região para região, tem uns que fazem rodas, outros fazem trocas, o cruzamento de catireiros. Eles dançam, cruzando entre eles os pares no tablado”, detalhou Monteiro ao g1. Segundo o violeiro, a dança varia do cateretê, que é um dos ritmos que os colonizadores portugueses utilizavam para catequizar os povos indígenas, logo que chegaram os padres jesuítas ao Brasil. “Os padres traziam os ritmos portugueses, as danças portuguesas, para poder mostrar a catequização dos índios e os bandeirantes também, onde eles passavam, traziam influência da cultura portuguesa e algumas delas são acompanhadas de sapateado e palmeado. Por isso, vem a dança nesse estilo e, onde eles passavam, difundiam essa cultura. A catira nasceu aqui, no Estado de São Paulo. Em cada vila que fundaram, ficava um pouquinho da cultura portuguesa misturada com o povo daqui, onde acabou se tornando o que é hoje”, explicou ao g1. Ainda segundo Monteiro, a região brasileira com a maior presença do ritmo é a Sudeste, englobando os estados de São Paulo e Minas Gerais. Além de Mato Grosso do Sul e Goiás, no Centro-Oeste, e do Paraná, no Sul. Os Primos do Ribeirão Bonito está na terceira geração, em Iepê (SP) Os Primos do Ribeirão Bonito Monteiro também explicou como funciona a dinâmica do grupo: no cateretê, as duplas formam duas fileiras constituídas de, no máximo, dez integrantes. Entretanto, pode variar dependendo do local onde ocorre. “A nossa catira acompanha a moda de viola, exclusivamente. Nós cantamos um verso e eles dançam ou eles dançam e cantamos um verso. A coreografia é de acordo com com os intervalos de cada moda de viola que, normalmente, tem o tamanho máximo de cinco versos. Nós não temos uma variação muito grande de coreografia, só muda o tempo de sapateado e palmeado”, detalhou ao g1. A moda é acompanhada de viola e violão, com músicas de duplas consagradas, além de repertório próprio. Monteiro ainda ressaltou que a dança é importante para a preservação da cultura sertaneja. “Eu acho a preservação da cultura importante. A preservação do nosso folclore, nossas tradições. A importância é você preservar, manter viva essa tradição, essa cultura e mostrar às gerações novas o que as gerações passadas faziam e de que forma elas faziam e celebravam”, destacou o violeiro. “Nós tentamos não deixar acabar. Depois da morte do nosso mestre de catira, nós seguíamos os passos dele e, infelizmente, ele veio a falecer no começo do ano e, hoje, eu estou tentando manter. Hoje, o mestre da folia sou eu”, completou. Para o musicista, o símbolo transmitido é o “valor de união”, uma vez que, “quando se dança catira, se reúne várias famílias, pessoas diferentes”. “Não devemos deixar morrer essa cultura. Um povo sem história é um povo sem vida, um povo sem passado é um povo sem futuro. O folclore tem que ser preservado, é a história do povo. Essas reuniões representam a união do povo. Então, a importância é essa: para que o jovem mantenha-se unido, para dar força à comunidade”, finalizou ao g1. Catira é dançada sempre em pares Os Primos do Ribeirão Bonito Chapéu de Paia & Araminho O grupo foi convidado a se apresentar pela dupla Chapéu de Paia & Araminho, que foi formada em 2012, com a abertura da escola de música Canta Galo. “Começou em clima de brincadeira em nossas apresentações semestrais e audições de final de ano. É uma dupla que resgata e preserva músicas instrumentais do cancioneiro sertanejo raiz de alguns dos maiores instrumentistas, como Tião Carreiro, Bambino e Mazinho Quevedo”, contou um dos integrantes da dupla, Haroldo Lobo, ao g1. “A dupla é formada com alunos da escola que se destacam e recebem a oportunidade de vivenciar o mercado de trabalho comigo, então, estamos na terceira formação e tocando juntos desde 2019”, completou. Lobo também destacou que, além do instrumental, gosta de interagir com o público sempre que possível, contando causos, fazendo desafios com xaradas, sorteando brindes, convidando para conhecer o instrumento e tocar. “A dança da catira é uma das mais importantes e antigas manifestações brasileiras, é muito tradicional e já contamos com reconhecimento de patrimônio cultural imaterial, tamanha sua relevância”, concluiu Lobo ao g1. Chapéu de Paia & Araminho se apresentam em Presidente Prudente (SP) Clélia Bravo Feira de Pequenos Produtores A Feira de Pequenos Produtores reúne agricultores e artesãos da região de Presidente Prudente em uma ação que aproxima o campo da cidade por meio da economia, oferecendo produtos como hortaliças, queijos, pães, biojoias e diversos tipos de plantas, entre outros itens. A feira tem início às 10h, com o bate-papo “Relatos da Roça: Resgatando Saberes Caipiras”, com a trabalhadora rural Margarida Cordeiro, a agricultora Renata Ninello e o agrônomo Oliver Blanco. As apresentações artísticas têm início às 11h30. A entrada é gratuita. O Sesc Thermas fica na Rua Alberto Peters, nº 111, no Jardim das Rosas, em Presidente Prudente. O telefone é (18) 3226-0400. VÍDEOS: Tudo sobre a região de Presidente Prudente Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/2025/06/13/o-que-e-a-catira-grupo-extrapola-tradicao-familiar-e-mantem-viva-danca-da-raiz-sertaneja-do-brasil-marcada-por-palmas-e-sapateado.ghtml


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