Pacientes relatam falta de anestesista e vagas na Maternidade do Buenos Aires, na Zona Norte de Teresina
18/12/2025
(Foto: Reprodução) Pacientes relatam falta de anestesista e vagas na Maternidade do Buenos Aires
"Médico disse que, mesmo que surgisse uma vaga, não teria como ela dar à luz, porque não tem anestesista", disse Karina Oliveira, cunhada de uma gestante em trabalho de parto na Maternidade do Buenos Aires na manhã desta quinta-feira (18), em Teresina.
Karina registrou vídeos que mostram a grávida com dores e aguardando atendimento na maternidade municipal. Ela alega que a mulher já buscou uma vaga em três maternidades de Teresina desde a madrugada, mas ainda não foi assistida por nenhum deles.
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Na mesma maternidade, uma estudante perdeu o filho antes do parto por suposta negligência médica no mês de setembro deste ano.
"Viemos no Hospital do Buenos Aires, disseram que não tinha anestesista e nos mandaram pra outro hospital. Fomos pra Maternidade do Satélite, eles viram se tinha vaga na Evangelina Rosa, e depois mandaram a gente pra cá (Buenos Aires) de novo. Agora, estão aqui dizendo que não podem fazer nada. Estamos assim desde 2 horas da manhã", disse o parceiro da gestante.
Grávida relata espera de mais de sete horas em maternidades de Teresina
Reprodução
A família conseguiu o contato do diretor da maternidade, Atêncio Queiroga, mas as mensagens não foram respondidas até a última atualização dessa reportagem.
O g1 entrou em contato com a Fundação Municipal de Saúde, que relatou que a ausência do anestesista é uma "questão pontual" e a grávida será transferida para a Maternidade do Promorar, na Zona Sul da capital.
Veja a nota de esclarecimento da FMS:
A Fundação Municipal de Saúde informa que a paciente em questão está recebendo todos os cuidados necessários na Maternidade Buenos Aires. O trabalho de parto está evoluindo de forma adequada, sem sinais de gravidade.
Quanto à ausência de anestesista na unidade, a FMS esclarece que se trata de uma situação pontual. Para garantir a continuidade do atendimento, a paciente será transferida para a Maternidade do Promorar, onde permanecerá até a conclusão do parto.
Família denuncia negligência após morte de bebê
No dia 19 de setembro, a estudante Jardyla Viana chegou à maternidade às 22h30 com fortes dores. Segundo ela, uma enfermeira debochou e mandou que esperasse o médico. O bebê ainda se mexia.
Ela afirma que houve negligência no atendimento. Segundo Jardyla, o médico foi insensível, duvidou das dores e perguntou por que ela não conseguia se deitar na maca. Posteriormente, a jovem foi transferida para a Maternidade Evangelina Rosa.
"Na Evangelina Rosa fui bem atendida, mas percebi que estavam nervosos. Depois, um dos médicos me disse para ser forte, pois meu filho havia morrido. Eu só gritava", contou Jardyla.
*Eduarda Barradas, estagária sob supervisão de Lucas Marreiros.
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