Pai é condenado a mais de 50 anos de prisão por matar filho de 4 anos envenenado e tentar culpar creche em Maceió
18/09/2025
(Foto: Reprodução) Matheus Omena Soares é réu por matar filho por envenenamento em Maceió
Claudemir Mota/MP-AL
O Tribunal do Júri condenou, nesta quinta-feira (18), Matheus Omena Soares a 52 anos e quatro meses de prisão por matar o filho Anthony Levi, envenenado com chumbinho na véspera do aniversário de 5 anos, e também por fraude processual. O julgamento ocorreu em Maceió.
O réu também foi condenado ao pagamento de indenização de R$ 100 mil à ex-companheira, Ingrid Nascimento, mãe de Anthony Levi, e à perda do poder familiar sobre o filho de outro relacionamento.
A sessão foi conduzida pelo juiz José Eduardo Nobre Carlos, titular da 8ª Vara Criminal. A decisão cabe recurso.
Anthony Levy foi envenenado pelo pai e morreu um dia antes de completar 5 anos em Maceió
Reprodução/TV Gazeta
Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (MP-AL), Matheus Omena planejou o crime durante mais de uma semana, como forma de vingança contra a mãe da criança, sua ex-companheira. Ele confessou ter misturado o veneno conhecido como chumbinho ao mingau do filho, pouco antes de levá-lo ao Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Paulo Freire, no bairro São Jorge, em Maceió.
Câmeras de segurança registraram o momento em que ele descartou o frasco com o veneno na creche, em uma área de circulação de crianças. Segundo o Ministério Público, a intenção era atribuir a responsabilidade da morte à administração do local.
A substância letal foi adquirida ilegalmente por R$ 13 em uma feira no bairro do Jacintinho, cinco dias antes do crime. O laudo pericial confirmou que o veneno encontrado no frasco descartado foi o causador da morte. A vítima apresentou sintomas graves, como convulsões e falência respiratória, vindo a óbito horas depois.
A mãe da criança, Ingrid Nathally Nascimento da Silva, esteve presente ao julgamento e se emocionou durante o depoimento.
“Meu filho foi traído por alguém que ele amava. É uma dor que nunca vai passar, o vazio sempre vai estar aqui presente”, declarou.
Durante o julgamento, o promotor de Justiça Flávio Gomes destacou a crueldade do crime e a quebra do dever de proteção paterna.
“O pai deveria estar protegendo, guardando, zelando. O Anthony morreu com quatro anos de idade, de forma agonizante, após ingerir metade de um frasco de chumbinho. Em 30 anos de atuação, nunca vi um crime tão cruel e perverso quanto este”, afirmou o promotor.
A defesa técnica foi realizada pela Defensoria Pública do Estado, representada pelo defensor Heraldo Silveira, que reforçou a importância do direito à defesa mesmo em casos de confissão.
“Nosso trabalho é de garantir uma atuação profissional e honrada, mesmo diante de uma situação tão bárbara”, ressaltou.
Pai é preso e confessa ter matado filho de 4 anos envenenado em Maceió